“Todo mundo carrega uma sombra, e quanto menos ela está incorporada na vida consciente do indivíduo, mais negra e densa ela é. Se uma inferioridade é consciente, sempre se tem uma oportunidade de corrigi-la. Além do mais, ela está constantemente em contato com outros interesses, de modo que está continuamente sujeita a modificações. Porém, se é reprimida e isolada da consciência, jamais é corrigida, e pode irromper subitamente em um momento de inconsciência. De qualquer modo, forma um obstáculo inconsciente, impedindo nossos mais bem-intencionado propósito” Carl Jung
A sombra é o lado que não se conhece, escuro aos olhos nus. É aquele conteúdo que não se reconhece em si mesmo e que foi negado ou reprimido. A sombra se forma no inconsciente pessoal. A sombra pode ser pessoal ou coletiva. A sombra ultrapassa nossos limites com registros arcaicos (autofragelamento). Tudo que é reprimido tem uma energia potencial positiva. A sombra por mais perturbadora possa ser, não é intrinsecamente má. A sombra familiar é ruim. Você pode ser o resultado de todas as sombras dos seus parentes/ancestrais. (JUNG, 2013, OC 9/2, p.19-22).
¨Na nossa sombra, estão os complexos que: arquitetam os sonhos, pesadelos, produzem os sintomas neuróticos, nos induzem a cometer erros, a ter brancos na memória, a praticar atos falhos, nos colocam em situações constrangedoras.¨ (Grinberg, 1997, p.125).
“Todo mundo carrega uma sombra, e quanto menos ela está incorporada na vida consciente do indivíduo, mais negra e densa ela é. Se uma inferioridade é consciente, sempre se tem uma oportunidade de corrigi-la. Além do mais, ela está constantemente em contato com outros interesses, de modo que está continuamente sujeita a modificações. Porém, se é reprimida e isolada da consciência jamais é corrigida, e pode irromper subitamente em um momento de inconsciência. De qualquer modo, forma um obstáculo inconsciente, impedindo nossos mais bem-intencionado propósitos .”(JUNG, OC 11, §. 131).
Ressalta-se que o indivíduo tem algumas escolhas em relação a sua sombra.
Pode-se mantê-la reprimida, recalcada no inconsciente, onde o indivíduo se recusa a encará-la de frente, ou seja, deixa ela seguir o seu curso natural de forma oculta, sem que se sinta responsável por ela.
Pode-se torná-la consciente e tentar eliminá-la, ou corrigi-la, tratando-a como uma inimiga, algo que não deveria ser seu, mas não admite conviver, nega e condena.
Ou ainda, pode-se aceitá-la e torná-la consciente, assumi-la como parte de sua personalidade sem considerá-la uma opositora que quer te sabotar, mas sim como uma aliada, onde se pode vivenciá-la de forma construtiva, uma saudável humildade, em que o indivíduo aceita a sua existência com compaixão.
Na terapia ou na iniciação do processo de individuação, trabalha-se com o confronto positivo com a sombra, de forma a estabelecer um canal de comunicação, integração e colaboração. Simbolicamente, a persona que faz a sua oposição chama a sombra para conversar e negocia com ela, estabelece acordos, de forma flexível e consensual. A consciência precisa desconstruir o papel da sombra de guardiã do inconsciente e restabelecer o eixo ego – self.