O poder da transformação que leva a transcendência decorre da união das suas forças do caráter e também de suas respectivas fraquezas individuais, bem como do equilíbrio entre as emoções antinômicas.
Só há alegria se souber que há tristeza. Se está alegre e ansioso e pensar que poderá vir a perder a alegria ou vir a ficar triste, a tristeza toma conta de você no presente e, num piscar de olhos, a alegria já se foi. Se está triste e ansioso, diante da possibilidade de realização futura de algo que possa trazer alegria, a expectativa positiva já faz com que receba essa alegria, de imediato, de braços abertos, esquecendo até que estava triste.
É bom que os afetos fluem neste movimento pendular, oscilando entre alegrias e tristezas, mas pode ser ruim quando se vive muito intensamente uma das polaridades, principalmente para aqueles que têm dificuldades de lidar com as suas frustrações, pois certamente serão mais afetados. Há de se considerar que o movimento pendular faz com que o afeto de polaridade oposta correspondente venha em igual proporção. Assim funciona também com outras antinomias a exemplo: de morte/vida, medo/coragem, discórdia/paz, ódio/amor etc.
Se há algo errado com o mundo, é porque tem algo errado com cada um de nós. Se queremos corrigir o mundo, devemos primeiro nos corrigir. Entretanto, quando pensamos que iremos resolver todos os problemas do mundo com soluções imaginárias que irão solucionar os graves problemas da humanidade, estamos presos na realidade de nossas experiências e nas representações simbólicas do mundo que existe dentro de nós.
Para uma maior amplitude da realidade, a unicidade segue o movimento de dentro para fora (a minha realidade também ser a realidade do outro), onde buscamos elencar novos recursos, criar coisas para atender as necessidades e expectativas comuns, buscar o apoio coletivo com a ajuda de pessoas mais experientes e formar grupos de relacionamento para o desenvolvimento proximal e alinhamento social.
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